PINGUINS-DE-MAGALHÃES: ANTIGOS VISITANTES

No entanto, nos últimos anos, com a crescente interferência humana no meio ambiente, o número de pinguins que chegam aqui tem aumentado de forma alarmante. Estes pinguins da última década não estavam "perdidos", eles indicam que alguma coisa está mudando no oceano. Os pesquisadores Pablo García-Borboroglu e Dee Boersma têm relacionado o encalhe de pinguins no Atlântico Sul com a contaminação do mar por óleo de embarcações, e nos últimos anos, com a escassez de alimentos (peixes) devido a fenômenos climáticos (2006, 2010). Pablo Merlo Prata do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) também tem recolhido indícios de que o motivo seja a escassez de peixes devido à pesca e fenômenos climáticos como El Niño e La Niña.

Em 2008 a equipe de tratadores e estudantes voluntários que atendia os pinguins já era composta pelos futuros fundadores do IPRAM. No ano de 2009 os pinguins foram tratados na própria residência da Renata Bhering, com a ajuda única de voluntários e doações. Em 2010 finalmente conseguiu-se articular um grupo de trabalho envolvendo voluntários, empresas e instituições dos governos federal e estadual; culminando na fundação do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM), com o objetivo proporcionar uma resposta ao encalhe de pinguins no litoral do Espírito Santo.
QUEM SÃO OS PINGUINS-DE-MAGALHÃES ?
Fotografias de pinguins-de-magalhães em Punta Tombo, na Patagônia Argentina: Autoria de Henri Fiorenza e Tainan Oliveira.

Pinguins não voam, mas estão adaptados para serem velozes nadadores (assista a esse vídeo de um pinguim-de-magalhães nadando no litoral baiano).
Os pinguins-de-magalhães se alimentam de peixes e vivem em grupos numerosos de centenas ou milhares de indivíduos, denominados "pinguineiras". Formam casais monogâmicos, que botam um ou dois ovos por temporada reprodutiva. Nas imagens acima, cada buraco é um ninho de pinguim-de-magalhães!

As penas são bem justapostas. Para impermeabilizá-las os pinguins usam um óleo produzido pela glândula uropigiana, que fica próxima da base da cauda. Com as penas impermeabilizadas, a água não consegue molhar seu corpo.